O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o deslocamento do grupo do porta-aviões Gerald Ford para o Caribe, reforçando a presença militar na América Latina em meio ao aumento das tensões com a Venezuela. A medida amplia uma operação já composta por oito navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35.
O Pentágono afirma que a mobilização busca combater o narcotráfico na região. “A presença reforçada aumentará a capacidade dos EUA de detectar e interromper atividades ilícitas que ameaçam a segurança do Hemisfério Ocidental”, declarou o porta-voz Sean Parnell no X. Ele não detalhou quando a embarcação chegará ao destino; o porta-aviões estava na Europa dias atrás.
Comissionado em 2017, o Gerald Ford é o maior porta-aviões do mundo e transporta mais de 5 mil militares. Desde setembro, forças americanas realizaram dez ataques contra supostas embarcações de drogas no Caribe, que deixaram cerca de 40 mortos — alguns venezuelanos, segundo autoridades.
O governo de Nicolás Maduro acusa Washington de tentar derrubá-lo. Na quinta-feira (23), o presidente venezuelano ameaçou convocar uma greve geral e armar apoiadores se houver intervenção dos EUA.
Em agosto, Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de ligações com o tráfico e grupos criminosos — alegações que ele nega.
As relações com a Colômbia também se deterioraram após Trump chamar o presidente Gustavo Petro de “líder das drogas ilegais”, o que gerou reação dura de Bogotá. Os EUA impuseram novas sanções ao governo colombiano nesta semana.
Enquanto parlamentares democratas questionam a legalidade das ofensivas, aliados republicanos comemoram a escalada militar. Trump afirmou que ações terrestres contra cartéis podem ser adotadas sem declaração de guerra.
Com apenas 11 porta-aviões na frota americana, o envio do Gerald Ford é visto como sinal claro de prioridade estratégica para a região.
