O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (29/10), durante visita à Coreia do Sul, que determinou o reinício dos testes nucleares no país. A justificativa, segundo ele, é o avanço dos programas de armamento de outras potências militares, especialmente Rússia e China.
Em publicação nas redes sociais, Trump afirmou que o arsenal americano é o mais poderoso do mundo e que passou por uma ampla modernização em seu primeiro mandato.
“Odeio ter feito isso, mas não tive escolha. A Rússia vem logo atrás e a China deve alcançar em poucos anos”, escreveu.
De acordo com o republicano, o Departamento de Guerra foi orientado a retomar imediatamente os testes, algo que não acontece desde 1992, conforme dados da agência Reuters.
Reação a testes russos
A decisão ocorre após o anúncio de novas armas nucleares russas. O presidente Vladimir Putin informou que o país realizou com sucesso o lançamento do torpedo nuclear Poseidon, capaz de operar em grandes profundidades e velocidade extrema.
“O Poseidon é incomparável. Nenhum sistema de defesa pode interceptá-lo”, disse Putin ao comemorar o resultado.
O armamento é descrito por analistas como uma arma de destruição estratégica, com potencial de gerar ondas radioativas no oceano e tornar zonas costeiras inteiras inabitáveis.
Segunda demonstração de força de Moscou
O teste do Poseidon foi o segundo experimento russo em menos de uma semana. No domingo (26/10), Moscou já havia testado o míssil Burevestnik, que Putin classificou como “invencível”.
Em resposta, Trump afirmou que os Estados Unidos mantêm um submarino nuclear posicionado próximo à costa russa, elevando ainda mais o tom da disputa militar entre as duas potências.
Disputa de poder e recado político
Especialistas ouvidos pela Reuters avaliam que testes nucleares servem não apenas para validar a eficiência de novas ogivas, mas também como gestos políticos. A retomada de experimentos seria um sinal de força enviado por Washington a Moscou e Pequim, reforçando a mensagem de que os EUA continuam à frente na corrida armamentista.
Para o governo americano, a decisão marca uma nova etapa da política de defesa. Já para a comunidade internacional, representa um retrocesso nas tentativas de controle e limitação de armas nucleares — e reacende o temor de uma nova corrida atômica no século 21.
