O Estado do Rio de Janeiro desperdiça a oportunidade de gerar até 40,6 mil empregos, diretos e indiretos, pela destinação incorreta de materiais recicláveis.
O número consta no estudo “Mapeamento dos Recicláveis Pós-Consumo no Estado do Rio de Janeiro”, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
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Em entrevista à rádio TMC 360, a especialista em sustentabilidade da Firjan, Carolina Zoccoli, explica os motivos destas perdas, que podem chegar a R$ 2,6 bilhões por ano.
“Primeiro é a concorrência com os outros estados. Se vale a pena economicamente, principalmente, eu mandar esse resíduo para fora do estado porque por algum motivo de tributação, qualquer tipo de incentivo econômico… vale mais a pena eu operar em São Paulo, no Espírito Santo ou Minas Gerais, os empreendedores não têm motivação econômica para manter esse resíduo gerando recursos, renda e emprego em nosso território. Então falta uma política pública ao mercado reciclador no Estado do Rio de Janeiro”, disse a especialista.
De acordo com o levantamento, feito com base em dados obtidos em 2023, o Estado do Rio mandou 2,5 milhões de toneladas diretamente para os aterros sanitários. Se todo esse lixo fosse reciclado, seria possível gerar R$ 6 bilhões em novos investimentos, R$ 11 milhões em renda e mais de 40 mil empregos
O estudo também mostrou que o Rio ainda tem muito a avançar na coleta e na separação do lixo. Nas empresas, os números melhoraram em comparação ao levantamento anterior.
Subiu 38% em relação a 2019, quando somente 21% das empresas faziam a coleta e separação. Nas cidades, o cenário é pior: apenas 1,5% do lixo urbano passa pela coletiva seletiva.
