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Brasileira é presa no Camboja, mas família contesta: “Vítima de tráfico humano”

Daniela Marys foi presa em março deste ano após ser encontrada com drogas em sua residência

A brasileira Daniela Marys foi presa no último domingo (19/10) após ser encontrada com drogas em sua residência no Camboja. Natural de Minas Gerais, Daniela saiu de João Pessoa – onde morava com a mãe – para trabalhar com telemarketing no país asiático.

Daniela recebeu uma proposta de emprego considerada boa pela internet e partiu para o Camboja em meados de janeiro. Chegando lá, descobriu que ficaria a 10 horas da capital Phnom Penh, num complexo descampado e longe de qualquer centro urbano. Nesse momento, a mulher de 35 anos percebeu que estava em cárcere privado.

“Tudo aconteceu quando ela aceitou essa proposta de emprego. Quando foi 31/01, chegando no Camboja, percebeu que as coisas estavam “estranhas”. Ela ficou num descampatado, longe de qualquer civilização e nesse momento ela já entrou em cárcere privado. eles reteram seu passaporte e proibiram ela de sair de lá”, disse Lorena Oliveira, irmã de Daniela, em entrevista ao repórter da TMC, Raphael Thebas.

Lorena revelou que a irmã ficou esperando um treinamento para o trabalho até março, quando se recusou a realizar os serviços, e segundo a família, foi vítima de uma armação.

“Quando a Dani viu que o tal treinamento era pra aplicar golpe nas pessoas, foi ai que o tormento começou. Ela pediu o passaporte, pediu pra ir embora, mas no dia 26/03 quando voltou pro seu quarto, a polícia já estava esperando alegando que tinha encontrado três pipulas (de droga) e que ela seria presa”, argumentou.

A brasileira perdeu todos os pertences como roupas, produtos de higiene e o celular, que teria ficado em posse dos golpistas. A partir daí, o grupo criminoso teria começado a aplicar golpes nos familiáres de Daniela pedindo dinheiro e ameaçando de vender a mineira no mercado de tráfico humano.

Ao todo, a família perdeu R$ 27 mil em extorção do criminosos e precisou desembolsar mais dinheiro para manter condições mínimas para jovem, já que na cadeia do país, comida, utensílios básicos e roupas são pagos.

“No dia 29/03, atráves do telefone de um policial, ela nos avisou que estava presa injustamente. Ela pediu para fazer um exame tõxicolólico que foi negado. Nós pedimos que algum representante do governo da embaixada de Bangkok fosse lá vê-la e não foi feito isso também. Nesse momento, nossa família se juntou pra fazer vaquinhas porque na cadeia de lá é tudo pago. No dia 23/10 será o julgamento dela, então além da extradição, estamos pedindo junto ao Itamaraty que forneça um tradutor e um representante do governo brasileiro para acompnhar os trÂmites”, completou.

Sobre o tráfico de pessoas

Cintia Meirelles, Diretora Nacional da ONG The Exodus Road Brasil, especialziada em libertar pessoas tráficadas, falou sobre o crescimento dessa prática no país asiático e como proceder em caso de denúncia.

“Primeira coisa que eles fazem é tirar o passaporte e forçar pessoas a fazerem esses trabalhos criminosos. O primeiro passo nesses casos é a denuncia junto a Polícia Federal. Existe um canal online que se chama COMUNICA PF e ali a família pode colocar todas as informações sobre o caso. No Brasil também temos outros dois canais de denúncia por telefone: o Disk 100 e Disk 180″, disse a especialista.

Segundo Cintia, a região do sudeste asiático é uma das maiores nos casos recentes de tráfico humano. Em muitos casos, os familiáres nem se quer sabem das condições de vida das vítimas, muitas vezes sendo forçadas a trabalho escravo, sexual e principalmente coagidos a aplicar golpes onlines.

Como ficou o caso?

Daniela Marys será julgada na próxima quinta-feira (23/10) sobre o crime de tráfico de drogas no Camboja. A família da brasileira entrou em contato com o Itamaraty pedindo ajuda de um representante brasileiro para acompanhar os trâmites do julgamento e a presença de um tradutor.

Daniela se diz inocente e alega que as drogas foram plantadas propositalmente logo após ter pedido para voltar ao Brasil e a devolução do passaporte, que foi confiscado assim que chegou no local.

Por Raphael Thebas

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