O Ministério da Saúde promove neste sábado (08/11) o Dia D nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. A data marca o início da campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya”, e mobiliza 370 mil profissionais de saúde em todo o país. A ação envolve mutirões de limpeza, visitas domiciliares, distribuição de materiais informativos e inspeções em locais públicos e residenciais.
Mobilização nacional antes do pico da doença
A iniciativa foi planejada para antecipar o período de maior transmissão da dengue, que ocorre nos meses mais quentes e chuvosos do primeiro semestre. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a prevenção precisa acontecer antes dos surtos.
“Este é o momento de conscientizar e engajar a população e os municípios para identificar pontos críticos e eliminar criadouros do mosquito”, afirmou Padilha.
No mutirão, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) orientam famílias sobre os cuidados necessários, distribuem folhetos e reforçam as medidas preventivas durante as visitas domiciliares. Já os Agentes de Combate às Endemias (ACE) inspecionam depósitos de água, aplicam larvicidas, fazem o mapeamento de áreas de risco e alimentam o sistema de dados que ajuda a direcionar as ações de vigilância.
Tecnologia como aliada do combate
Além do esforço humano, o ministério aposta na inovação científica como estratégia complementar. Uma das principais apostas é o método Wolbachia, que introduz uma bactéria inofensiva no mosquito Aedes aegypti, reduzindo sua capacidade de transmitir doenças.
A tecnologia já está em uso em 11 municípios de oito estados e apresentou resultados expressivos. Em Niterói (RJ), houve redução de 89% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 37% de Zika. A meta do governo é expandir o método para 70 cidades até o final de 2026.
Investimentos e novas ferramentas de controle
O Ministério da Saúde anunciou investimento de R$ 183,5 milhões para o biênio 2025/2026, com foco na ampliação das tecnologias de controle vetorial. Entre elas, estão o uso de mosquitos estéreis irradiados, estações disseminadoras de larvicidas e sistemas de estratificação de risco, que ajudam a identificar regiões mais vulneráveis a surtos.
Essas medidas fazem parte de uma estratégia de longo prazo, que busca integrar pesquisa científica, gestão municipal e engajamento da população para garantir resultados sustentáveis. Segundo o ministério, o plano de ação será monitorado ao longo de 2025, com ajustes conforme o comportamento epidemiológico das arboviroses.
Ações simples que salvam vidas
Mesmo com o avanço da tecnologia, o governo reforça que o sucesso depende da participação da população. Medidas simples como eliminar água parada, limpar calhas e recolher lixo acumulado são fundamentais para evitar a reprodução do mosquito.
Em caso de febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações ou manchas vermelhas na pele, a recomendação é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) imediatamente. O diagnóstico rápido evita complicações e ajuda no controle dos casos.
“A luta contra a dengue começa dentro de casa. Cada pessoa é parte essencial dessa rede de proteção”, reforçou o ministro Padilha.
Como prevenir
A campanha destaca que pequenas atitudes podem salvar vidas. Entre as principais recomendações estão:
- Guarde garrafas, potes e vasos de cabeça para baixo.
- Descarte garrafas PET e outras embalagens sem uso.
- Coloque areia nos pratos de vasos de planta.
- Guarde pneus em locais cobertos ou descarte-os em borracharias.
- Amarre bem os sacos de lixo.
- Mantenha a caixa d’água, os tonéis e outros reservatórios de água limpos e bem fechados.
- Não acumule sucata e entulho.
- Limpe bem as calhas de casa e as lajes.
- Instale telas nos ralos e mantenha-os sempre limpos.
- Limpe e seque as bandejas de ar-condicionado e geladeira.
- Elimine a água acumulada nos reservatórios dos purificadores de água e das geladeiras.
- Mantenha em dia a manutenção das piscinas.
- Estique ao máximo as lonas usadas para cobrir objetos e evitar a formação de poças d’água.
- Permita a entrada dos agentes de saúde nas residências.
Com informações da Agência Brasil
