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Marina Izidro
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Jornalista com experiência em coberturas internacionais, Marina Izidro acompanha de perto os desdobramentos políticos, sociais e econômicos do continente europeu. Sua coluna traz as notícias mais relevantes da Europa, com foco nas movimentações do Reino Unido e da União Europeia, impactando a economia e a cultura global.

Drones fecham aeroportos na Bélgica e elevam alerta na Europa

Episódio reacende debate sobre vulnerabilidade do espaço aéreo europeu.

Dois aeroportos na Bélgica foram temporariamente fechados por questões de segurança após a presença de drones no espaço aéreo. O incidente ocorreu na noite de ontem e afetou os aeroportos de Bruxelas e Liège, provocando cancelamentos e atrasos de voos. As operações foram retomadas após a liberação das áreas, mas as autoridades tratam o caso como de alta gravidade.

Ainda não há informações sobre os responsáveis pelo sobrevoo, mas a avaliação das autoridades locais é de que o episódio envolveu profissionais com o objetivo de causar pânico. Há suspeita de espionagem, e uma investigação foi aberta.

Dias antes do ocorrido, drones haviam sido detectados sobrevoando uma base aérea usada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Bélgica e também uma instalação militar próxima à fronteira com a Alemanha. Os episódios anteriores já haviam despertado preocupação em órgãos de defesa e segurança, e a nova invasão reforça o alerta sobre vulnerabilidades no espaço aéreo europeu.

Nos últimos meses, aeroportos em diferentes países da Europa enfrentaram incidentes semelhantes, o que levou à intensificação das discussões dentro da União Europeia sobre a necessidade de novas medidas de proteção. O tema tem sido tratado com prioridade por representantes do bloco, que consideram a recorrência desses episódios um sinal de fragilidade no controle das fronteiras aéreas.

Entre as hipóteses investigadas, há suspeitas de que parte dessas ações possa estar relacionada a operações russas destinadas a testar ou expor a vulnerabilidade das defesas europeias. A Rússia nega qualquer envolvimento, mas o tema tem ganhado espaço nas reuniões entre os países membros da União Europeia.

Diante desse cenário, o bloco europeu planeja implementar um sistema integrado de defesa antidrones até 2027. A proposta busca fortalecer as defesas aéreas dos países que compõem a União Europeia e proteger pontos estratégicos — como aeroportos, bases militares e instalações críticas — mesmo após o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.

O sistema em desenvolvimento deve combinar monitoramento aéreo contínuo, sensores de alta precisão e protocolos conjuntos de resposta rápida. A ideia é permitir que os países atuem de forma coordenada em caso de novos incidentes, evitando paralisações de grande impacto, como as registradas nos últimos meses.

O fechamento de aeroportos por causa de drones causa prejuízos significativos e afeta milhares de passageiros. Além do impacto econômico, há também riscos relacionados à segurança das operações aéreas, já que os drones podem interferir em rotas de pouso e decolagem.

Na Bélgica, a situação reacendeu discussões sobre a proteção de áreas sensíveis e sobre a capacidade de resposta das autoridades frente a ameaças não convencionais. O governo informou que trabalha para reforçar o monitoramento e aumentar o número de equipamentos capazes de identificar e neutralizar drones não autorizados.

Com o avanço da tecnologia e a popularização desses dispositivos, cresce a preocupação com seu uso em ações ilegais ou de espionagem. As autoridades europeias avaliam que o fortalecimento das defesas conjuntas é uma medida necessária para evitar que o problema se repita em escala ainda maior.

O episódio em Bruxelas e Liège se soma a uma lista crescente de incidentes envolvendo drones em aeroportos europeus e evidencia a necessidade de medidas rápidas para garantir a segurança aérea no continente.