A convocação de Carlo Ancelotti nesta terça (05/11) deve confirmar o que já era esperado: Neymar ainda não está pronto. O craque voltou a jogar pelo Santos, sim, mas com minutos contados e um corpo que parece gritar que o relógio já não marca o mesmo ritmo de antes. Ainda assim, a discussão sobre sua volta à Seleção Brasileira insiste em ocupar espaço — talvez porque o país ainda não aprendeu a viver sem ele.
Entre o talento e o tempo
Neymar sempre foi o jogador que simboliza o “e se”. E se não tivesse se machucado em 2014? E se tivesse ficado na Europa por mais tempo? E se o futebol brasileiro tivesse lhe dado estrutura para amadurecer fora das redes sociais? O fato é que o camisa 10 continua sendo um talento raro, mas hoje depende mais do tempo do que da bola.
A comissão técnica do Santos tenta protegê-lo — e faz bem. O gramado sintético do Allianz Parque, onde o time enfrenta o Palmeiras nesta semana, é uma armadilha para quem acabou de voltar de uma grave lesão. Ainda assim, há quem cobre que ele jogue, que resolva, que volte a ser o “Neymar raiz”. Só que o corpo não acompanha a pressa dos torcedores, nem o calendário insano do futebol brasileiro.
O peso de uma convocação
A ausência de Neymar não é apenas médica. É simbólica. Pela primeira vez em muito tempo, o Brasil parece começar a aceitar que pode montar um time competitivo sem ele. Vinícius Júnior, Rodrygo, Endrick — todos representam uma nova fase da Seleção, mais coletiva, mais leve, talvez até mais madura. E isso não significa um adeus, mas um recomeço.
Ancelotti deve preservar o craque, e faz certo. A última janela para testá-lo antes da Copa será em março de 2026, nos amistosos contra seleções europeias. Até lá, o tempo dirá se Neymar ainda tem espaço entre os 26 convocados ou se o futebol brasileiro, finalmente, aprendeu a seguir em frente.
