Sabe aquele chocolatinho pós almoço? Pois é, talvez você terá de buscar outra opção em breve. Ele poderá se tornar um produto tão caro — e raro — no mercado que será difícil de encontrar a preços acessíveis.
Desde o início deste ano, a produção de cacau está em crise. Segundo a ONG americana Climate Central, o problema está nas mudanças climáticas. Com a temperatura mundial cada vez maior, a produção da matéria-prima do chocolate está ameaçada e, consequentemente, dificultará sua comercialização.
A própria Climate Central realizou um estudo que mostra que temperaturas acima de 32°C podem reduzir a qualidade e a quantidade das colheitas, razão pela qual o calor excessivo afetaria negativamente as principais regiões produtoras de cacau.
Mais de 60% da matéria-prima do chocolate vem de quatro países da África: Costa do Marfim, Nigéria, Gana e Camarões, regiões que enfrentam longos períodos de secas e calor acima da média, o que têm reduzido as safras.
O cenário também é preocupante no Brasil. O país é um dos maiores produtores de cacau do mundo, porém a maior parte das plantações fica no Nordeste, região que também sofre com a seca e o aumento das temperaturas.
Tudo isso afeta diretamente o bolso do consumidor, que é impactado com a alta dos preços. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados, o preço dos ovos de chocolate e derivados na Páscoa deste ano foram, em média, 14% maiores em comparação com o ano passado.
Diante deste cenário desafiador, a indústria do chocolate está buscando alternativas e soluções para a crise. Algumas empresas estão investindo em práticas agrícolas mais sustentáveis, buscando variedades de cacau mais resistentes a doenças e explorando novas regiões de cultivo.
Há também um crescente interesse em fontes alternativas de chocolate: produtos à base de plantas e novas formulações que utilizam ingredientes menos sujeitos ao aumento de preço. Esse pode ser o futuro do chocolate.
